Os telefones celulares podem causar câncer? Essa preocupação ainda existe?
Quais as duas razões principais que preocupavam (ou ainda preocupam) os usuários de telefones celulares? Os telefones celulares poderiam causar certos tipos de câncer ou outros problemas de saúde?
Primeiramente, os telefones celulares emitem radiação (na forma de radiação de radiofrequência, ou ondas de rádio) e, em segundo lugar, o uso do telefone celular é hoje generalizado. Assim, considerando-se o número elevado de pessoas que usam telefones celulares um pequeno aumento no risco do aparecimento de um câncer já seria preocupante.
Uma explicação animadora para os usuários de telefones celulares seria que a radiação emitida pelos telefones celulares cairia numa faixa não ionizante (considerada de baixa frequência e de baixa energia). Essa energia seria muito baixa para danificar o DNA. Diferentemente da radiação ionizante, que inclui raios X, radônio e raios cósmicos, que é de alta frequência e de alta energia. E a energia da radiação ionizante pode danificar o DNA. Os danos no DNA podem causar alterações nos genes que podem aumentar o risco de câncer.
Uma outra discussão é o aquecimento na área do corpo em contato com o telefone celular: o ouvido e a cabeça. Isso poderia facilitar a absorção da radiação? Parece que isso não seria suficiente.
E a incidência de câncer no cérebro e no sistema nervoso central aumentou com o uso de telefones celulares?
Alguns estudos demonstraram que as taxas de incidência para gliomas, tumores cerebrais pediátricos, neuromas acústicos e meningioma permaneceram estáveis. Esses estudos foram realizados, nas últimas décadas, nos Estados Unidos, Países Nórdicos e Austrália.
Há, entretanto, algumas críticas para o desenho desses estudos, pois eles não compararam o risco do aparecimento do câncer em duas populações distintas: a daqueles que usam telefones celulares e aquela dos que não usam telefones celulares. Esses estudos simularam diferentes cenários visando a determinar as tendências de incidência de câncer e alguns achados podem ter sido distorcidos.
Além disso, estudos usando dados de incidência de câncer testaram diferentes cenários (simulações) para determinar se as tendências de incidência estão alinhadas com vários níveis de risco, conforme relatado em estudos sobre o uso de telefones celulares e tumores cerebrais entre 1979 e 2008. Essas simulações mostraram que muitas mudanças de riscos relatadas em estudos de caso-controle não foram consistentes com os dados de incidência, assim preconceitos e erros no estudo podem ter distorcido os achados.
Como foi medida a exposição à radiação nesses estudos epidemiológicos?
Esses estudos usaram informações de várias fontes, incluindo questionários e dados de provedores de serviços de telefonia celular, para estimar a exposição à radiação de radiofrequência em grupos de pessoas. Esses questionários envolveram frequentemente algumas perguntas, como:
- Com que regularidade os participantes do estudo usavam os telefones celulares (o número de ligações por semana ou mês)
- Idade e o ano em que os participantes do estudo usaram o telefone celular pela primeira vez e a idade e o ano do último uso (isso permitiria calcular a quantidade de tempo de uso do telefone celular desde o primeiro uso)
- Número médio de chamadas de telefone celular por dia, semana ou mês (frequência)
- Duração média de uma chamada padrão de telefone celular
- Total de horas de uso vitalício, calculado a partir da duração dos tempos de uma chamada típica, a frequência de uso e a duração do uso
O que a ciência mostrou sobre a relação entre o uso de telefones celulares e o risco de câncer?
Esses estudos epidemiológicos (também chamados estudos observacionais) são estudos de pesquisa não intervencionistas. Os pesquisadores observam grupos de indivíduos (populações) e coletam informações sobre eles, mas buscam não mudar nada, isto é, não propõem nenhuma mudança de comportamento para esses grupos.
Esses estudos podem avaliar as associações entre o uso de telefones celulares e o risco de câncer (pessoas que têm tumores e pessoas que não têm tumores) ou podem acompanhar um grande grupo de pessoas que não têm câncer no início do estudo, durante um período de tempo, e comparar o aparecimento de câncer nos dois grupos: no que usou telefone celular e naquele que não usou o telefone celular. Como a fonte da pesquisa envolve, muitas vezes, uma lista de assinantes, algumas falhas podem ocorrer, pois não obrigatoriamente o assinante é o usuário do telefone.
Três grandes estudos epidemiológicos (Interphone, o Estudo Dinamarquês, e o Million Women Study) não mostraram uma possível associação entre uso de telefone celular e câncer. Duas revisões desses estudos, em 2015 e 2019, confirmaram a inexistência dessa associação. É importante ressaltar que esses estudos envolveram participantes na Europa, Israel, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Japão que usavam telefone celular por dez ou mais anos.
Outros estudos epidemiológicos em grupos de adultos, realizados nos EUA (patrocinados pelo NCI), na França (estudo CERENAT), não mostraram uma relação entre o uso do telefone celular e o risco de glioma, meningioma ou neuroma acústico. No entanto, no estudo realizado nos anos de 2004 a 2006, em várias áreas da França, diferentemente do que ocorreu com os usuários regulares de telefones celulares, aqueles que usavam seus telefones celulares com frequência muito elevada tiveram risco significativamente aumentado de gliomas e meningiomas em comparação com os não usuários.
E ainda, a análise conjunta de dois estudos de caso-controle realizados na Suécia mostrou tendências estatisticamente significativas de aumento do risco de câncer cerebral para pessoas que começaram a usar telefones celulares antes dos 20 anos, conforme a quantidade total de uso de seus telefones celulares e os anos de uso. Mas, as conclusões de um outro estudo sueco foram diferentes; esse terceiro outro estudo não encontrou um risco aumentado de câncer no cérebro entre usuários, por muitos anos, de telefones celulares.
Dois estudos (CEFALO e MOBI-Kids), realizados com grupos de crianças diagnosticadas com câncer cerebral, não encontrou relação entre o uso de telefones celulares (ou telefones sem fio) e o risco de câncer cerebral.
Um estudo de caso-controle de base populacional realizado em Connecticut não encontrou associação entre o uso de celular e o risco de câncer de tireoide (30).
Muitos outros estudos buscaram encontrar outros possíveis efeitos do uso do telefone celular no corpo humano.
Em 2011, dois estudos avaliaram o metabolismo da glicose cerebral em pessoas após o uso de telefones celulares. Os estudos envolveram um pequeno grupo de participantes e os resultados não foram consistentes: um deles mostrou aumento do metabolismo da glicose na região do cérebro próxima ao local de contato com o telefone em comparação com os tecidos do lado oposto do cérebro e outro estudo encontrou diferentemente uma redução do metabolismo da glicose no lado do cérebro onde o telefone foi usado. Muitos fatores podem contribuir para as inconsistências encontradas: a dificuldade em estimar adequadamente a quantidade de uso do telefone, a avaliação dos efeitos da temperatura, o desenho dos estudos (as informações não foram cegas para os investigadores).
Por outro lado, um outro estudo não encontrou evidências de um efeito no fluxo sanguíneo para o cérebro de pessoas expostas à radiação de radiofrequência de telefones celulares.
E os experimentos em animais de laboratório, o que demonstraram? Nesses estudos iniciais, não houve evidências de aumento do risco de câncer ou de efeitos causadores de câncer provocados pela radiação de radiofrequência.
A exposição à radiação de radiofrequência associada ao uso de telefones celulares foi estudada, em 1999, em modelos animais através do Programa Nacional de Toxicologia (NTP) orientado pela FDA (Food and Drug Administration). Esse grande projeto de estudos envolveu ratos e camundongos que foram submetidos a exposições de radiações intermitentes de radiofrequência durante 18 horas por dia em períodos de 5 ou 7 dias por semana. Os desfechos primários observados foram um pequeno número de câncer de células de Schwann e alterações hiperplásicas não cancerosas no coração de ratos machos, mas esses achados não foram encontrados em ratos fêmeos ou camundongos.
Os achados desse estudo coordenado pela FDA levam a novas discussões porque os cânceres no coração são extremamente raros em humanos. As células de Schwann do coração em roedores são semelhantes ao tipo de células em humanos que dão origem a neuromas acústicos (também conhecidos como schwannomas vestibulares), que alguns estudos sugeriram que estão aumentados em pessoas com uso mais elevado de telefones celulares.
Em outro estudo conduzido por pesquisadores do Instituto Italiano Ramazzini, com desenho semelhante ao do NTP, foi também observado um aumento de schwannomas cardíacos em ratos machos e crescimento não maligno de células de Schwann no coração de ratos machos e fêmeos.
Esses estudos foram criticamente avaliados pela ICNIRP (uma organização independente sem fins lucrativos que fornece aconselhamento e orientação científica sobre os efeitos da radiação não ionizante na saúde e no meio ambiente) que concluiu que ambos os estudos seguiram boas práticas de laboratório, mas, também identificou suas principais deficiências na condução dos estudos e nas análises estatísticas. A ICNIRP concluiu que essas limitações impedem melhores conclusões sobre a capacidade das exposições à radiofrequência causarem câncer.
Os resultados encontrados em diferentes estudos sobre o uso de telefones celulares e o risco de câncer têm sido inconsistentes? Por que?
Alguns estudos mostraram alguma evidência de uma associação estatística entre o uso do telefone celular e os riscos de tumor cerebral em humanos, mas a maioria dos estudos não encontrou essa associação. As informações dos participantes dos estudos, através dos questionários implementados, muitas vezes, são imprecisas: não lembram de detalhes de suas doenças, do tempo e frequência de uso dos telefones celulares. O tempo curto de acompanhamento em alguns estudos e o poder estatístico e métodos inadequados para detectar riscos muito pequenos ou riscos que afetam pequenos subgrupos de pessoas são outras deficiências para conclusões definitivas. Por outro lado, pessoas com doenças são mais propensas a participar de estudos do que pessoas saudáveis.
Um outro aspecto importante é que os estudos mais antigos avaliaram a exposição à radiação de radiofrequência de telefones celulares analógicos. Hoje, os telefones celulares com tecnologia digital operam em uma frequência diferente e com um nível de potência mais baixo do que os telefones analógicos. E tudo indica que teremos certamente mais avanços na tecnologia dos telefones celulares.
Existem outros possíveis efeitos para a saúde com o uso do telefone celular?
O risco de saúde mais consistente associado ao uso do telefone celular é a condução distraída e os acidentes com veículos.
Vários outros efeitos potenciais à saúde foram relatados com o uso do telefone celular. Os efeitos neurológicos são particularmente preocupantes nos jovens. Mas estudos de memória, aprendizagem e função cognitiva produziram, em geral, resultados inconsistentes.
Mas, de volta ao risco de câncer pelo uso do telefone celular.
Em 2011, um grupo de especialistas nomeados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), associada à Organização Mundial da Saúde, revisou todas as evidências disponíveis sobre o uso de telefones celulares. Esses especialistas baseados nos diversos estudos avaliados concluíram que o uso do telefone celular era “possivelmente cancerígeno para humanos”. Esse grupo de trabalho reconhece que a investigação do risco de câncer cerebral associado ao uso de telefones celulares apresenta desafios de pesquisa complexos.
Mas, a American Cancer Society também se pronunciou sobre o tema com a seguinte mensagem: “Não está claro neste momento que as ondas de RF (radiofrequência) de telefones celulares causem efeitos perigosos à saúde das pessoas, mas os estudos que estão em andamento devem fornecer uma imagem mais clara dos possíveis efeitos à saúde no futuro”.
As evidências científicas atuais, segundo o Instituto Nacional de Ciências da Saúde Ambiental (NIEHS), não estabelecem vínculo de maneira conclusiva entre o uso do telefone celular e quaisquer problemas adversos à saúde. O NIEHS indica que são necessárias mais pesquisas.
A FDA comenta que as alterações biológicas associadas à radiação de radiofrequência relatadas por alguns estudos não foram replicadas e que a maioria dos estudos epidemiológicos em humanos não conseguiu mostrar uma relação entre a exposição à radiação de radiofrequência de telefones celulares e problemas de saúde. E após revisões de estudos pelo NTP, a FDA declarou, mais recentemente (em 2018), que “com base nessas informações atuais, acreditamos que os limites atuais de segurança para telefones celulares são aceitáveis para proteger a saúde pública”. O Centro dos EUA para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) afirma que nenhuma evidência científica responde definitivamente se o uso do telefone celular causa câncer.
A Comissão Federal de Comunicações (FCC) conclui que atualmente nenhuma evidência científica estabelece uma ligação definitiva entre o uso de dispositivos sem fio e câncer ou outras doenças.
Em 2015, o Comitê Científico da Comissão Europeia sobre Riscos de Saúde Emergentes e Recentemente Identificados concluiu que, em geral, os estudos epidemiológicos sobre exposição à radiação eletromagnética de radiofrequência de telefones celulares não mostram um risco aumentado de tumores cerebrais ou de outros cânceres da região da cabeça e pescoço. O comitê também afirmou que estudos epidemiológicos não indicam risco aumentado para outras doenças malignas, incluindo câncer infantil.
Talvez, alguns estudos que estão em andamento possam trazer respostas mais definitivas. O estudo prospectivo COSMOS (Estudo de Coorte sobre Uso e Saúde de Celulares) sobre o uso de telefones celulares e seus possíveis efeitos a longo prazo na saúde, lançado na Europa em março de 2010, poderá trazer respostas a essas questões de uma maneira conclusiva. Os participantes desse estudo com 18 anos ou mais serão acompanhados por 20 a 30 anos. Cerca de 300 000 usuários de telefone celular já estão registrados.
E quanto as crianças? A radiação de radiofrequência relacionada com o uso do telefone celular foi associada ao risco de câncer nessa faixa etária?
Muitos pesquisadores consideram que os efeitos potenciais do uso do telefone celular na saúde devem ser investigados separadamente em crianças. Eles indicam que o sistema nervoso da criança está ainda em desenvolvimento e, assim, mais vulnerável a fatores que podem causar câncer. E acrescentam que a cabeça da criança é menor do que a do adulto e, portanto, tem uma exposição proporcionalmente maior à radiação emitida pelos telefones celulares. As crianças ainda têm ainda o potencial de acumular mais anos de exposição ao telefone celular do que os adultos.
Vale, no entanto, lembrar que, até agora, os dados de estudos de crianças com câncer não sugerem que as crianças tenham um risco aumentado de desenvolver câncer pelo uso de telefones celulares. A primeira análise publicada veio de um grande estudo de caso-controle chamado CEFALO, realizado na Europa. O estudo incluiu 352 crianças que foram diagnosticadas com tumores cerebrais entre 2004 e 2008 com idades entre 7 e 19 anos. Eles foram pareados por idade, sexo e região geográfica com 646 jovens selecionados aleatoriamente de registros populacionais. Os pesquisadores não encontraram uma associação entre o uso do telefone celular e o risco de tumor cerebral pela quantidade de uso ou pela localização do tumor.
E o estudo MOBI-Kids, envolvendo 14 países, incluiu 899 jovens de 10 a 24 anos que foram diagnosticados com tumores cerebrais entre 2010 e 2015. Eles foram pareados por sexo, idade e região com 1.910 jovens que foram submetidos à cirurgia de apendicite. Os pesquisadores não encontraram evidências de uma associação entre o uso de telefones sem fio e tumores cerebrais em jovens.
O que podemos fazer (nós, os usuários de telefones celulares) para reduzir a nossa exposição à radiação de radiofrequência?
Acredito que, enquanto não temos uma resposta definitiva para essa questão, poderíamos seguir com alguns conselhos da FDA:
- Uso de fones de ouvido com ou sem fio reduz a quantidade de exposição à radiação de radiofrequência na cabeça porque o telefone não é colocado contra a cabeça. O uso de um dispositivo com tecnologia viva-voz, como fones de ouvido com fio, impõe uma distância maior entre o telefone e a cabeça do usuário. As exposições diminuem drasticamente quando os telefones celulares são usados com as mãos livres.
- Reservar o uso do celular para conversas mais curtas ou para os momentos em que o telefone fixo não estiver disponível.
Esse assunto foi “reaquecido” com um novo estudo britânico, publicado em 29 de março de 2022. Esse estudo mostrou não haver relação entre tumores cerebrais e o uso de celulares, mesmo em indivíduos que fizeram uso do aparelho todos os dias e/ou por mais de 10 anos.
A autora do estudo, Kirstin Pirie, Mestre em Ciências, da Unidade de Epidemiologia de Câncer (Oxford Population Health), no Reino Unido, declarou que “Esses resultados corroboram as evidências acumuladas que mostraram que o uso de celulares em condições usuais não aumenta o risco de tumor cerebral”.
Entretanto, uma limitação importante do estudo foi que ele recrutou apenas mulheres de meia-idade ou mais velhas, e essas pessoas geralmente utilizam menos o celular do que mulheres mais jovens ou homens. Na coorte desse estudo, o uso de celular foi baixo, com apenas 18% dos usuários conversando ao telefone por 30 minutos ou mais semanalmente, de acordo com as observações dos autores.
Apesar de alguns comentários positivos por parte do Prof. Malcolm Sperrin (Oxford University Hospitals — não participante do estudo): Esse estudo é “uma contribuição bem-vinda ao conjunto de conhecimentos sobre o risco dos celulares, especificamente com relação à ocorrência de certos tipos de tumores. É um estudo prospectivo bem desenhado que não identifica nenhuma relação causal”. “Há sempre a necessidade de novas pesquisas, especialmente porque os telefones, a internet sem fio, etc., estão se tornando onipresentes; porém, esse estudo deve dissipar muitos temores que existem atualmente”.
Entretanto, o estudo e as suas conclusões foram duramente criticados pela Dra. Devra Davis, presidente do Environmental Health Trust e membro do American College of Epidemiology: “Estudos que se baseiam em dados desatualizados são perigosos, pois não consideram como as pessoas utilizam os celulares hoje em dia. Atualmente muitas pessoas que utilizam um celular o fazem durante horas ao longo do dia.” Então, concluiu que o estudo traz: “Idades incorretas, perguntas incorretas, informações incorretas sobre exposição.”
O Environmental Health Trust acrescenta que “numerosos” estudos em humanos e animais encontraram associações entre a radiação dos celulares e o câncer e continua a recomendar que o público, especialmente crianças, reduza as exposições à radiação dos telefones celulares.
Em resumo: Temores sobre o risco de câncer, particularmente de tumores cerebrais, e o uso de telefones celulares circulam há décadas, e até o momento, foram realizados cerca de 30 estudos epidemiológicos sobre esse assunto.
Por enquanto, pode ser prudente seguir os conselhos da FDA.
Referências
- National Cancer Institute — Cell phones and Cancer risk — March 10, 2022
- J Natl Cancer — March 29, 2022
- Nelson R — Medscape — March 30, 2022
Nota: Agradecimentos a Freepik pela permissão do uso das fotos.